terça-feira, 3 de outubro de 2017

Minha alma é uma balada country americana que toca em uma jukebox em um bar com sinuca.

domingo, 6 de agosto de 2017

Sento na beira do precipício
Contemplo a paisagem
Já não tenho medo da altura

Sinto o vento forte
Sei que não vou cair

Então pulo

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Ana C

Hoje depois de um bom tempo de distância acordei de madrugada com a visita indesejada. Só porque disse ainda ontem que não vinha a bastante tempo. Dor e enjoo de enxaqueca provavelmente causadas por um inocente pãozinho que dizia não conter leite. Enganada outra vez. Sem novidades. A dor agora deu trégua e o estômago parece estável. Entrei aqui e vi que hoje ela faria 65 anos. Não a enxaqueca, mas uma companheira muito mais agradável e recente em minha vida. Sim. Ana Cristina Cesar era geminiana amigos. Talvez seja parte do encanto. Ela faria 65, mas foi embora em 83. Eu nem tinha nascido. E mesmo assim, morta, abriu muitas passagens pra mim. Eu, viciada em vestígios. Eu com problemas de encaixe e com uma cabeça muito rápida em um corpo bem devagar. Eu que tenho parado. Eu que não tenho escrito. Voltei hoje aqui, outra vez, é mais uma vez, por ela.

domingo, 23 de abril de 2017

Correio

Registro em cartas a passagem do tempo
Ele chega e vai sem aviso
Sem demora
As cartas ficam
Persistem
Fragmentos de vida
Resistem
A morte
Revivem
Aos olhos
De quem porventura
Lê.

Maio

Eu sinto o ar de maio chegando. Ainda temos uma semana de abril, mas o cheiro da festa chegou antes. O ar geladinho que bate as dezoito horas, depois de um dia ensolarado e quente, a noite é fria. Fria porque é quase maio. É quase festa. Quase infância. Quase amor.

domingo, 26 de março de 2017

Arrebentou

Hoje o chinelo arrebentou. Aquele favorito que nunca mais vai existir outro igual. Aquele que eu economizava. Era do gato da Alice. Talvez algum dia a havaianas lance outro chinelo, mas não vai ser igual. Pensei numa cerimônia de passagem do chinelo. Daí pensei no jeito bizarro que eu tenho de me relacionar com as coisas. E com as pessoas. Eu ainda preciso achar algum jeito de transformar ele em outra coisa. Outra coisa que seja possível de continuar sendo usada. Algo que justifique sua continuidade na minha casa e não no lixo. Mas por enquanto ele vai ficar ali. No canto. A vista. Até eu decidir.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Sal

Eu tento encontrar no vento um cheiro de mar. Desse que não sinto a tanto tempo. Não acho. A umidade hoje é pouca é doce. Sem cheiro de maresia. Sem gosto de sal. Só gosto de saudade.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Renascida

Eu tenho uma amiga que se chama Renata. Renata foi minha amiga da adolescência. Uma das únicas. Não era muito sociável. Pra não dizer bastante não inclinada a confiar nas pessoas. O nome Renata significa renascida. E ela é escorpiana, o que faz todo sentido.
Durante muito tempo achei que por ser aquário e ela escorpião éramos totalmente opostas. Água e óleo. Mas o fato era que éramos amigas. Do tipo inseparáveis. Uma coisa assim sem explicação.
Mais tarde em uma das minhas incursões pela astrologia fui fazer nossos mapas completos. Hoje parece uma coisa trivial, mas no início dos anos 2000, além de não estar na moda, a internet ainda estava engatinhando. Não existiam muitos sites que ofereciam o mapa completo de graça. E obviamente eu não tinha dinheiro pra comprar um.
Então descobri que eu tenho lua em escorpião e a Renata lua em aquário. Como se a gente tivesse os sentidos profundos trocados. Eu sinto como ela deveria sentir e ela como eu.
Explicado o encontro.
Essa lua durante muito tempo foi, tal qual sua natureza, bastante oculta em mim. Até que se fez necessária. Pra alguém que tem sol e ascendente em ar, uma lua de água pode ser uma maldição ou uma uma benção. Pra mim foram as duas coisas. Acho que é bem isso. Ser água.
Escorpião é o signo da morte e do renascimento. Das profundezas da alma. Do que não se enxerga assim tão fácil. Daquela substância vital que são feitas as fontes da juventude, as águas que curam. Ela me curou. Agora eu já posso morrer de novo. Pra renascer mais um vez.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Aquarius

Trombei nessa música dá Regina Spector, sobre aquário, amei e estou registrando.

Dear someone listening in the shadows
I only talk to you sometimes
And though I ask for help in riddles
It is clearer in my mind
Clearer in my mind

Born of a sign that carries vessels
But in a month that's cold as ice
I know I question things too quickly
But I have never questioned if I've loved

Dear someone watching from the shadows
I'm clenching water in my fists
The drops, they slip right through my fingers
But there's water on my lips
Water on my lips

Born of a sign that carries vessels
But in a month that brings just ice
I know I question things too quickly
But I've never wondered if I've loved

Dear someone watching from the shadows
You've seen me lose all the water from my hands
I'm not a skillful water carrier
But the raindrops keep falling on my head
Falling on my head

Born of a sign that carries water
But in a month that brings just ice
I'm not a skillful water carrier
But I've learned to carry love
Learned to carry love

https://youtu.be/XCrYD4G9IWs